"O coração ansioso deprime o ser humano, mas uma palavra de encorajamento o anima" (Pv 12.25).
APRESENTAÇÃO
BENEFÍCIOS DA PSICOTERAPIA
Aquilo que imaginava aconteceria, não aconteceu. O dia findou triste e uma frustração enorme molhava os olhos antes esperançosos. Houve empenho, houve luta; mas, não deu. A situação tomou um rumo diferente daquele que se esperava. Um vazio sem tamanho começou a ocupar todo o espaço interior. As emoções conturbadas sufocavam o peito, e nada parecia servir de consolo. Pensamentos embaralhados, ora de revolta ora de ceticismo, povoavam a alma aflita que seguidamente questionava como havia acontecido o improvável. A frustração foi dando lugar à indignação e revolta... Aquilo não estava certo, nem era direito; mas, não havia mais o que ser feito. Ponto final. Melhor sorte da próxima vez!
Sim; muitas pessoas enfrentam momentos dificílimos. Alguns problemas têm nome: estresse, depressão, desemprego, vícios, traição, divórcio... Outros nem há como nomear; pois, por vezes, são muito mais complexos do que supomos, ou mesmo a junção de várias circunstâncias adversas. E aí vem a prostração, o abatimento, e a desesperança. Alguns dizem ser puro azar; entretanto, tal não traz conforto nem resignação.
Na verdade, a vida é uma escola. Aprende-se, talvez, até mais do que se ensina. E a cada dia surge uma nova lição, diferente da anterior, o que dificulta a resolução da prova. Obtêm melhor resultado aqueles que estão mais preparados, seja no conhecimento preventivo seja na capacidade de superação das adversidades. Certamente, isso não é fácil. Por vezes, o cansaço e a insegurança tomam conta do cenário, e introduzem um componente sabotador: o medo. Com ele, tudo fica mais difícil e complexo. Pequenos desafios assumem grandes proporções, principalmente quando se está só nesse enfrentamento.
A boa notícia é que não se faz necessário trilhar todo esse percurso em solidão. Para quem possui humildade em reconhecer suas fragilidades e necessidades, buscar o auxílio de um profissional da área psicológica não é “bicho de sete cabeças”. Melhor percorrer o trajeto dos questionamentos existenciais acompanhado de alguém que possa oferecer segurança, empatia e direcionamento, que caminhar a esmo e sem uma bússola.
Estar perdido em certos momentos é bem humano e natural. Qualquer pessoa pode experimentar a sensação de fracasso, inquietação, ansiedade, fraqueza, negativismo ou dúvida. Isso não é demérito algum, pelo contrário; é sinal de sensibilidade e normalidade.
Caso esteja passando por um período difícil, tome coragem e busque auxílio. Tristezas e medos quando divididos são amenizados. O processo terapêutico é rico e pode lhe ensinar muito acerca de seu funcionamento físico, emocional, mental e espiritual. Resignificar momentos traumáticos pode lhe devolver a paz, a segurança, a alegria e a tranquilidade.
Maria Regina Canhos possui formação básica em teologia, é missionária cristã, escritora, psicóloga, bacharel em direito, pós-graduada em educação, especialista em psicologia clínica e jurídica – E.mail: mariaregina.canhos@gmail.com
PSICOTEOLOGIA
A psicoteologia é o estudo do ser humano em sua dimensão psíquica e espiritual. Agrega conceitos da psicologia e da teologia, integralizando-os. A psicologia estuda o indivíduo como um ser biopsicossocial, assim como a personalidade humana em seus múltiplos aspectos, e também as ações ou omissões dela resultantes. A teologia estuda a fé e as religiões, a existência de Deus, seus atributos, sua forma de relacionar-se com os homens, e as manifestações de grupos sociais em relação a Deus ou às suas divindades.
Em 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença; contudo, desde a Assembleia Mundial de Saúde em 1983, discutia-se a necessidade de ampliação desse conceito para a inclusão de uma dimensão ‘não material’ ou ‘espiritual’ de saúde. Finalmente em 1984, acontece a aprovação em assembleia da OMS da resolução que reconhece a espiritualidade como dimensão da saúde e que recomenda a atenção a ela em políticas nacionais.
Assim, na contemporaneidade, o conceito que mais se aproxima à concepção de saúde é o modelo biopsicossocioespiritual, que considera saúde não apenas a ausência de doenças, mas também um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual; visto que a espiritualidade passou a ser reconhecida como importante fator para a saúde das pessoas.
Nesse sentido, a psicoteologia é a área do conhecimento que estuda o homem nessas quatro dimensões, segundo esse novo conceito de saúde estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, dimensões: biológica, psicológica, social e espiritual. A psicoteologia leva em conta a relação desses quatro aspectos com a natureza religiosa inata do ser humano e suas interações religiosas socioculturais.
Os objetivos da psicoteologia focam três pontos principais: (1) O estudo dos fenômenos espirituais sob uma visão científica. (2) O estudo da alma humana como elo entre corpo e espírito, e como fator de saúde global do indivíduo e da sociedade onde vive. (3) A utilização de princípios terapêuticos fundamentados na psicologia e na teologia, visando tratar problemas psicossomáticos, cognitivos, afetivos, emocionais, espirituais, comportamentais e existenciais do ser humano.
A psicoteologia busca trabalhar a espiritualidade humana de maneira crítica, sem se deixar levar por fanatismos ou preconceitos religiosos, analisando cada pessoa através desse prisma particular, considerando sua personalidade, suas atitudes, suas relações humanas e sociais, sua carreira profissional, seu processo de saúde e adoecimento.
Profissionais seculares, ao ignorarem as pessoas como seres espirituais, nem sempre alcançam bons resultados frente as queixas que lhes são apresentadas. De igual modo, o aconselhamento pastoral tradicional realizado pela maioria das igrejas tem se mostrado insuficiente e, muitas vezes ineficaz, porque as circunstancias atuais se modificaram e mesmo as pessoas mais simples têm acesso a inúmeras informações que podem influenciar no seu estado biopsicossocioespiritual.
Finalizando, cumpre salientar que psicoteologia de maneira alguma objetiva menosprezar a ação do Espírito Santo na vida dos salvos em Cristo, mas se presta a auxiliar os cristãos a melhor desempenharem seu ministério e explicar sua fé: “… estando sempre preparados para responder a qualquer pessoa que vos questionar quanto à esperança que há em vós” (1 Pedro 3.15b).
Maria Regina Canhos possui formação básica em teologia, é missionária cristã, escritora, psicóloga, bacharel em direito, pós-graduada em educação, especialista em psicologia clínica e jurídica – E.mail: mariaregina.canhos@gmail.com
Galeria de fotos: CLÍNICA PSICOLÓGICA RESTAURANDO VIDAS
